Por IVAN FINOTTI
30/01/2025
Com o sucesso de Senna, na Netflix, e de filmes como Motel Destino, de Karim Aïnouz, na competição oficial em Cannes, e Arca de Noé, maior animação 3D já feita no Brasil, a produtora Gullane teve um belo 2024.
Sua aposta para este ano, porém, segue em outro trilho. A empresa, uma das maiores produtoras do país, quer fazer de 2025 o ano de consolidação de sua recém-inaugurada distribuidora, a chamada Gullane+.
"Nós sempre ajudamos muito nos lançamentos dos filmes que produzíamos", diz Fabiano Gullane, lembrando, por exemplo, o caso de Bicho de Sete Cabeças, há 25 anos. "Vamos botar na distribuição a mesma energia que a gente põe na produção."
Com 40 títulos em catálogo no momento, próprios e de outras produtoras, entre séries e filmes, para streaming ou cinemas, a Gullane+ destaca o lançamento comercial de três longas documentais para este ano: “Milton Bituca Nascimento”, de Flávia Moraes, “3 Obás de Xangô”, de Sérgio Machado, e “A Queda do Céu”, de Erick Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha.
Outro lançamento é o clássico Iracema - “Uma Transa Amazônica” (1981), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, que será apresentado no festival de Berlim em meados de fevereiro. A restauração de filmes antigos, aliás, será uma das frentes da distribuidora.
"Temos uma parceria com a Cinemateca e estão nessa lista obras da cineasta Tata Amaral e Castelo Rá-Tim-Bum (1999), de Cao Hamburger", diz Débora Ivanov, sócia dos Gullane e responsável por comandar a distribuidora. "Estamos aqui muito atentos ao mercado e essa é a nossa missão, o nosso desejo, de contribuir com a difusão do conteúdo brasileiro."
Como produtora, a empresa segue em 2025 com minisséries, como a quinta e última temporada de Sintonia, e longas, como o thriller tragicômico Os Enforcados, de Fernando Coimbra, com Leandra Leal e Irandhir Santos.
"São 150 filmes brasileiros produzidos por ano, ou mais, e muitos deles têm pouca vazão", afirma o sócio Caio Gullane. "Veja que são três produções nacionais novas a cada semana. É aí que a Gullane+ pode colaborar. O cinema no Brasil está felizmente passando por uma boa onda."